O luxo de uns poucos é a penúria de muitos, dentro e fora
das fronteiras.
Foi isto que nos impedimos de ver, enquanto não se meteram
connosco.
Mesmo assim, ainda há broncos cujo umbigo é o centro do
universo e berram porque as crias os prendem fechados que estão os acessos do
Metro ou a porta da escola.
Os outros devem ter a obrigação de sofrer e nunca perturbar intenções.
Tudo na vida se lhes concentra na pança e satisfação do
patrão.
Que este, atento ao serviçal zeloso, talvez sacuda as migalhas,
em vez de as desperdiçar com o cão.
Se o pensar é de lacaio, há que ser dócil, servil, não vá o
dono enxotar-nos ou mandar vir a polícia, com a missão de sovar os seus irmãos
desarmados, velando pelo bem-estar de quem o explora também.
E nós, o povo comum, babados com a iluminação das montras,
esquecemos que o capitalismo é só roubo, ferocidade animal, menoridade mental.