domingo, 2 de agosto de 2015

Como seriedade não falta quando se analisa o momento, tentarei não me rir ao falar de pilhagem com nome de privatização, uma opção ideológica, estúpido!
Tínhamos nós alguns bens que sustentavam saúde, educação, reformas, sobrando o bastante para os parasitas de então, que se repoltreavam no fofo de um povo de horizontes escassos.
Vindos do nada, a ladrar, esfomeados, alcateias de lobos invadiram as vidas, enfartando-se na carne de uma gente a sangrar.
E o que não comem, empeçonham, destroem, para, em seguida, se ver que só a emigração liberta da predação do país.
É opção ideológica, estúpido!
Faça-se, então, um outro código penal que não persiga velhotas surpreendidas no roubo de uma latinha para o gato, única companhia que resta. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Falta-me só o ser gordo para uma dignidade de paxá.
É certo que se exige um currículo, quando a nascença não prenda e, trabalho primeiro, ser eunuco prestável no harém do califa.
A castração requerível foi tentada na escola, criança, adulto, com resultado menor, aceito.
Donde a demora em que estou, ainda que simule ser dócil, tapete, cão à procura de um dono.
Sabemos que são muitos na bicha, mas julgo ter por mim, além da indignidade e descaro, certa dose de esperteza, coisa presentemente bem rara.
Mas está aqui, sem dúvida, toda a razão do meu erro, porque útil, útil, de facto, é só o burro que fala pela boca do que lhe achega a fava.
E, se for certo o que digo, jamais virarei colunista e, muito menos, director.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Não aconselho ninguém que, para parar o comboio, se ponha no meio da linha.
Nunca lhe direi, porém, que o maquinista ao serviço o sodomize a seu gosto.
Sem serem incompatíveis, inteligência e moral esperam por novo apelo, agora vindo da Europa.
Antes de nós, outros houve, vítimas da bestialidade do ganho, em formas tão extremadas que foram requisitados estádios, prisões e o fundo dos oceanos.
Os mesmos que o FMI “ajudava”, escoltados por Pinochets e quejandos.
Os mesmos que negam ouvidos às falsas sereias da banca, esgalgadas ou não.
Os mesmos que são infamados pela nossa elite analista, servilista, reptilista, a clamar ao incauto que há que fugir porque empestam.

domingo, 19 de julho de 2015

Fala-se para aí de estratégias sagazes, como, por exemplo, espezinhar o Toninho, para que os sãos compreendam o que a Europa pretende: reduzir os direitos à sacrossanta linguagem dos rituais anuais, pagar com uma côdea de pão o trabalho de escravo, sustentar nos países um governo-polícia para o serviço mais sujo e empochar todo o lucro da competitividade com os demais e sujeição dos seus servos.
Será a subtileza espantosa, mas nunca admiti reinação com quem mais tolhido que eu se deixa gozar pelos outros.
Talvez a decência e princípios não sejam moeda corrente, nem tenham valor no mercado, contudo a Bolsa repugna-me e, tendo este aleijão de berço, não vejo o que se possa fazer.

sábado, 18 de julho de 2015

Vai a minha bênção para eles, que tudo fizeram para que nós nos revoltemos.
Se a estupidez foi tanta, ou a cobardia imensa, que continuaremos à espera, para ver, segundo os comentadores e os sabedores analistas, a culpa já não é deles, só nossa.
Que a imbecilização vem de longe, escola, televisão, jornais, artes e várias formas de expressão, valoração, remuneração, aceitação, numa aposta conjunta de quanto pior melhor, todos sabemos.
Apesar de tudo, caramba, há meia dúzia que pensa e, se alguns o fizerem, outros mais o fariam.
Bastaria parar, hesitar, perguntar:
- O que me impingem está certo? É um modismo inocente?
Não, filosofia, moral, pedagogia, ciência são nada, quando não nos trazem dinheiro.
Pois adoptemos o nada, muito mais pingue.
A pintura é com os pés?
Pintemos, então, com os pés.
Música e dança e canto são guincho, ruído, contorção de epiléptico?
Também quero ser artista, já que é coisa ao meu alcance.
Temos, assim, um mundo, onde há infestação de artistas, sábios, atletas e demais parasitas, porque o trabalho não rende.
Alegremente, em doce satisfação idiota, a sociedade gangrena, apodrece e morrerá.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Nada me falta ouvir ou ver e gramar.
É o Iglésias, agora, supostamente a trilhar por outras vias morais e políticas, dizendo que a Grécia se ajoelhou, porque a opção era única.
Afirmara pouco antes que a realidade é diferente, quer em Espanha quer algures.
Com certeza que assim é. Não deixo, porém, de pensar que, pressionado por Draghi, o do Goldman Sachs, à frente do Banco Europeu, teria também de ceder à sujeição alemã.
Se este é o seu projecto futuro, mais lhe vale quedar-se pelas charlas mediáticas do nosso mesmo de sempre.
Cá na parvónia onde estou firma-se desde há muito a ideia de que alternativa não há, o que Varoufakis desmente e, com ele, Lapavitsas. Ter de amputar um dos braços, ainda poderei entender, dar-me à sub-humanidade de Hitler, nunca.
Ou “Arbeit macht frei”?

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Não me parece demérito reconhecer-se enganado e vir dizê-lo sem mais revela inteireza e moral.
E, quando o logro é traição, há que chamá-lo pelo nome, porque traição é traição.
Tsipras traiu e traiu-nos, nenhuma alegação lhe vale.
Termos confiado em alguém que sempre pensámos ser sério nunca foi crime e demonstra que queremos um mundo mais nosso onde promete quem cumpre.
A não esquecer, o alerta do KKE mal-amado, a demarcação do Podemos, ou, pelo menos, o tacto de Ângelo Alves do “Avante”, que, pondo fim a uma crónica da qualidade de sempre, faz votos que os syrisanos da Grécia estivessem à altura do povo.
Não estão. Muito pelo contrário.
Aprontam-se a governar com o Pasok e Nova Democracia, também, mandam a polícia atacar.

domingo, 5 de julho de 2015

Ganhe o sim ou o não, vê-se na Grécia o que a Europa esqueceu: dignidade.
Meia população, ou menos, recusa imposições do ocupante, nega bajular agiotas, que prostituídos incensam.
Felizes só nós, macaco ou macaca, que volteando na corda, esperamos amendoim do dono.
Nós, em profusão de facécias, porque para os gregos nem cascas, nem com eles há futuro.
Aos que se confessam crentes é de lembrar que foi Cristo um dos da dignidade entre os homens.
Os que não acreditam, além da pança e do tacho, olhem como o mundo desperta, mesmo por sítios da Europa onde a traição é moral.
É que se começa a ver que o que sobra é chantagem e medo, mantenham-se ou não as eleições.
Rende-te ou fuzilo-te, foram os nazis que o disseram, enforcados, depois, ou numa humilhação da prisão.
Mesmo vilipendiada e submissa, a democracia persiste, com ressurgimentos na história, quando se pensava estar morta.
Entre variadas tolices ditas com seriedade está a de que não há nenhum crime perfeito, como se no mundo só houvesse perfeição.
Sem citar nomes, que vão sendo mais que muitos, um dos que avulta aparece num caso em que, ao roubar dez milhões, vem o tribunal e diz:
- Pois, meu amigo, há que pagar um milhão... de multa.
Outro tanto acontece com uns arrivistas do lucro que, ganhando as eleições, estão mentindo dia a dia, destroçam a economia, vendem tudo ao desbarato, roubam, desgraçam, matam, para que alguém ponderado lhes clame do fundo do poço:
- Tu perderás as eleições.
O que a criatura agradece, pois tem um prémio cá fora, da parte de quem serviu..
Compensação, se não há, é na burrice em que estamos.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Pouco ou nada me falta já ver.
O Partido Comunista grego, a votar com o Pasok e a Nova Democracia, Santo Deus, não lembraria ao diabo.
Não conheço razões, mas conheço circunstâncias e, no instante crucial para a Europa e para o mundo, o espantoso acontece.
Com o tempo que passa, vou-me afazendo à ideia de que, com a idade, não são somente as pessoas a sofrer de esclerose, mas organizações e sistemas.
Mas, se a vida surpreende com o inédito e não esperado, digam o que disserem os sábios, o bestunto não funciona.
Nada se admite que não aconteça por nós, únicos iluminados a conduzir a manada.
Quando parece acontecer que o cidadão está surgindo.

sábado, 30 de maio de 2015

Vê-se com asco o pequeno vadio que chula mulheres à procura de afecto, que, no exercício da vida, vende arremedos de amor aos que lhe queiram pagar qualquer solidão a dois.
Gaba-se contudo quem suga centenas, por vezes milhares, que, acumulados  em fábricas, empresas e variantes, se esfalfam para contentar o chulo a quem sustentam.
Onde encontrar diferença se a intenção é a mesma e a exploração não difere?
E note-se: o primeiro é cioso e defende à naifada a pessoa que o mima; o segundo não reconhece sequer quem lhe permite o estadão e a aventurança entre os seus.
É que a um escasseiam recursos que convém preservar e ao outro a miséria não falta donde ele possa lucrar.
Curioso é dizer-se que a história evolui porque nem o burguês é um nobre, nem o nobre era um patrício.
Contudo, esclavagismo, feudalismo, capitalismo, são máscaras, apenas, de uma só realidade: um homem explorando outros homens.

sábado, 16 de maio de 2015

“A integração transformou-se numa catástrofe política e económica” – Wolfgang Streeck, director emérito do Instituto Max-Planck para o Estudo das Sociedades, Colónia.
E são pequenotes destes que ousam pôr em dúvida as crenças, convicções, certezas dos gigantes nossos, como a amarelinha ou o negreiro, não falando dos outros de segunda linha mas grandes, enormes, agarrados ao tacho e à libré de lacaio.
Percebe-se, pois a vistosidade da cor e dourados não se assemelha em nada ao fato domingueiro de Braga ou Bragança e, muito menos, Famalicõ.
É certo, também, que a esperança de se pertencer à máfia dos Schäuble e Draghi e Juncker é tão motivadora como as palavras de Cristo ao pobre do Lázaro, que já cheirava mal, a podre, como os Lázaros de cá.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Discurso a esperar:
Se os gregos preferem às muitas dificuldades da dignidade a canga da renúncia e humilhação, nós, Syriza, entre a traição e o valor, negamo-nos à rendição.
Outros, ou os mesmos de sempre, que vendam o país e a Europa ao novo nazismo da ocupação.
Florianis morreu de pé e nós, na honra, negar-nos-emos a viver de joelhos.
Demitimo-nos.

sábado, 25 de abril de 2015

Que há grandes cabeças, há, ah!, ah!, ah!, e não para rir, pois, se invejados somos, alguma causa haverá.
E não se pense em cabeçudos das festas ou festas de cabeçudos estatais.
Detenham-se em alquimias festivas e chove a descoberta de cérebros que Deus misericordioso nos deu.
Três exemplos, para já:
1 – O pastel de nata. Sim, simples, modesto, corrente e, às vezes, fresco, será, doravante, património do mundo e a encher-nos as arcas antes que alguém as esvazie.
2 – O ovo estrelado. De fonte diferente, por certo, que o primeiro é pereira a pereirar no prémio da OCDE.
O segundo é de inventor, criador e taumaturgo, algo mais esquálido, que, da porta traseira por onde entrou, há-de, com asa caída e populismo que baste, ir a primeiro, guia e guru da cabrada nacional.
Assim o espera, o videiro.
3 – A onda da Nazaré, do mesmo, proficidade imparável, até há-de sentar-se entre os grandes, como o seu ego lhe exige.
Nota: Imperdoável não lembrar o jaquinzinho, a alheira, de certo economista de génio, garante de prosperidade só sua.
Dada, porém a magnitude do tema, reservam-se desenvolvimentos futuros de análise mais fina e mais profunda.
Nota à nota: Não se confina a inventiva ao grastroturismo algarvio.
Um párvulo, em comedouro de cria, inocente, deveras, na etimologia do termo, em grande ignorância expansiva e grande atrevimento de puto, dá como novo Smith, o Adam vai para dois séculos (e meio) defunto. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015


Sempre houve, há e haverá oportunistas que traem, fingindo dedicação e honestidade sem mancha, os mesmos a temer Podemos que pensa em cidadãos e não rezes.
Duzentos anos, em política, assume o papel uma gente que, de trambolhão em queda, vai-se acasalando à direita.
Concebido e crismado, nos bons tempos de início, com vigor socialista, em breve, numa Áustria, se posicionou em gestor do capitalismo e da banca, acabando entre nós a privatizar o que pode, com Soares e Guterres, ou Sócrates da Beira Baixa, hoje no Baixo Alentejo.
A finalizar em baixeza, surde por França um Hollande que, em currículo de enganos, de renegado a palhaço, faz-se bufarinheiro de guerras, entregando a quem pague armas, aviões ou bombas e muito aplaudido pelos seus.
O socialismo guinda-se à primazia do tráfego… da morte como se não bastasse a incansável América

 

 

quarta-feira, 15 de abril de 2015


Reconhecer e dizer da relatividade das coisas foi só mérito francês, que nós, os primeiros por cá a encontrar novas gentes e culturas, experiências muito diversas das nossas, nós, acanhados de sempre, preferimos Dons Manuéis, esquecidos do esforço, a esbanjar as riquezas em novo-riquismo balofo e miopia mental que, tacanhez ou má-fé, não superámos ainda hoje.
Vejamos:
Fulano não pagou os impostos.
Crime?
Talvez sim, talvez não.
É gajo umbilicado ao sistema onde as leis o resguardam e carreiristas o protegem com prescrição e argúcias.
Então é crime.
Mas alguém quis furtar-se porque não lhe sobra a fartura ou, espezinhado que é, recusa pagar ou alimentar vadios capazes de o devorar em vida.
Crime não é, mas auto-defesa na esperança de tempos mais justos, mais éticos.
Nunca se peça a uma vítima o que não se pede ao carrasco.

terça-feira, 14 de abril de 2015


Quem não repetir, letra por letra, quanto lhe interesse, entra na lista negra, onde há negros, de facto, mas também amarelos, brancos e cor de burro quando foge.
Que isto de obter o Nobel antes mesmo de se ter coçado, deu-lhe uma argúcia certeira de detectar ideias, dúvidas, intenções, sentimentos, inimigos e acautelar uma América, o mundo, o universo, com guerras de prevenção.
Caso a listagem se esgote e a realidade desminta, é de apelar à aldrabice para exconjurar a Bolívia, Venezuela, Equador, já que por lá há petróleo e lítio e prata que se recusam a Halliburton, Carlyle, Lockeed ou Monsanto.
Atrevimento inaudito este de travar um Gaitas que espalha generosidade a rodos ou não querer-se que o genoma humano seja bom negócio de alguns.
Correndo, pois, a civilização grande perigo, criem-se mais Guantánamos em nome da liberdade, inventem-se Iraques onde se pressinta riqueza, a abocanhar.
Se negócio existe, bastante lucrativo, é exactamente o da exportação da guerra, accionando vadios, condenados e armamento que enferruja.
Com o mundo em chamas, que magníficos thrillers a veicular só ódio!

 

sexta-feira, 10 de abril de 2015


Era uma vez um ratinho, prestável, obediente, que quis apresentar serviço, na ânsia de igualar seus pares.
Pensou, pensou, três anos de um pensar intenso, e, ao fundo de cogitação tão funda, carago (é o eureka de cá), saiu-se com o imposto do saco, que o do saque, já está visto, revisto e revivisto.
Era a lucidez do génio, nascido por Famalicõ, que, além de abocanhar milhões, salvava o país da lixeira, física, que a governativa é mental.
Não foram os astros propícios, impropícios desta vez, travando a clarividência dos cérebros, pois, o bom povo, que azar, deixou-se de adquirir os tais sacos, secando a fonte e o saber.

Agora é aguardar mais três anos, que ele não se renderá à primeira, mesmo por o Nobel do ambiente se encontrar em gestação, ainda.
Que Portugal há-de ser, além do mais competitivo e inveja das nações, o primeiro entre primeiros a defender o planeta.

Tachim, tachim! – toca o hino.

 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Com realpolitik justificou-se em tempos a real canalhice de prometer e não cumprir.
Fizeram-no todos, em especialíssimo relevo, Sócrates e Passos, que a trapaça exponencia-se quando a atonia é geral.
Assim se manteve o animal de carga.
Mas, esquisitice do termo, solicitação da moda ou, sonhemos, indícios de rebeldia, a música teve de acertar pelo rap, sacudida, directa, despojada:
- Não há alternativas.
Os anos, contudo, insensibilizam o ouvido, quando os varais da carroça já dilaceram os costados da besta e, em estradas da Grécia e de Espanha, se pôs, imagine-se, a escoicear.
Apelou-se à condenação, de outro modo:
- Falta-lhes a experiência política.
Náufragos num oceano revolto e a vaga implacável a inundar-lhes os feudos, sobem para ilhota do saber de vígaro, como se o novo não requeresse saber novo que devolva aos demos, enfim, a cracia do mundo.

Como privatizar é negócio

Destaca-se alguém, sem escrúpulos, para a administração da empresa e esse e assessores vão iniciar os buracos dos honorários, achegas, representações e viagens, além de gabinetes mudados e toda a frota trocada por novos modelos mais chiques, topo de gama, está claro.
O estado, logo a seguir, há-de cortar orçamentos para que a gestão dia a dia vá recorrer a empréstimos em que a banca agiota se empanturra de juros.
Visto qualquer empresa ser múltiple na esfera de acção, passa-se a vender sectores que rendam a quem compra, a troco de comissões e luvas.
Amputada de meios e fontes de alimentação, o prejuízo é fatal e a sobrevivência impossível.
Esganiçam-se em coro os promotores da estratégia que, na choradeira do dano, dão-se por apressados na venda, a fim de aliviar encargos, pospõem.
Consumada a entrega, carregue-se na tecla e contas à espera em paraísos fiscais incham na obesidade dos grandes.
A requintar o processo, hão-de aparecer na gestão os que anteriormente carpiram e, hoje, riem dos parvos que somos na aceitação desta farsa, de já  meio século para cá, dito democrático, de liberdade, empreendedorismo e, ultimamente, crise.
Nota: Para informação detalhada em Estaleiros, Correios, TAP, EDP, hospitais e muito mais, muito mais, aconselhe-se em mestres Soares, Cavaco, Guterres e Passos e Sócrates, o novo, que o velho só em manuais.

domingo, 5 de abril de 2015

Dever-se-ia chamar jornalismo de enjoo à modalidade prezada por estas bandas de cá.
Como não se encontra excepção no número dos papagaios, nem nos plumitivos aceites, a soldo de uma situação que fede, é de crer que a escola é ela a espalhar tal vírus, sabido o valor e a pedagogia dos mestres aí actuantes.
Que ensinarão os doutores das artes da desinformação?
Demiurgia, nem mais, à falta de termo capaz.
Porque, do nada, terá de nascer todo um cosmos, criando o vazio espessura.
Exemplo:
Um gato comeu um rato.
Banal, parece?
Não é, se virmos implicações sociais, causas antigas e/ou recentes, várias repercussões faunísticas e o historial do finado.
Querendo-se estimular interesses, procure-se quem viu ou ouviu, peça-se entre vizinhos mais próximos o testemunho de alguém, que sem ter assistido à tragédia, conhece casos idênticos, pois, em vida de qualquer um, a vida reserva surpresas.
Sobrando ao espaço de informe minutos ou linhas a fornir, alargue-se a lição aos carníveros que, desde que o mundo foi mundo, devoram-se sempre uns aos outros, razão de alicerce à razão do neoliberalismo actual, que, como se sabe, é já velho.
Mas, visceralmente enjoante é fazer-se prática da prática, aquando se exigia respeito, seriedade, postura, ao noticiar o final do nosso Manoel de Oliveira.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tempos de prodígio os nossos, em que a gaguez é facúndia.
Demóstenes exercitou-se em anos, este surge-nos da noite para o dia, fenómeno só agora possível, porque, estando o país a afundar-se, vem, com certeza, ao de cima quanta escumalha ocultava o porão do calhambeque.
Mas o rapaz vale o gesto, mesmo com diferença de custo entre mota e carrão, que nós estragamos com mimos qualquer que pareça ter cérebro.
E o poucachinho é gigante quando nos embrulha nos números e faz da mentira verdade.
Não lhe bastando a ajuda da máfia dita europeia que vai ajustando contagens segundo conveniências da época, ele, o sacrista, finge esquecer-se da emigração forçosa, da reactualização de listas dos desistentes sem esperança, de formações ou estágios onde se desemboca no nada, da precariedade de emprego de poucas semanas ou só dias, para concluir, o tipo, que tudo vai bem e é o progresso espantoso.
Pena o INE ser obrigado, por vezes, a produzir estatísticas e o FMI desdizê-lo    com os 20% de desemprego real.
Apesar disso, o rapaz, volta e não volta bota falação aos soluços, esperando que o oiçam, numa submissão que redime.
Até porque há lotaria que sai, parente com posses que nos deixa a fortuna e o maná europeu que o senhor Shäuble dará.
Melhor é retomar o lema dos grandes comentadores políticos: esperemos para ver… navios!

terça-feira, 31 de março de 2015

A má vontade é, sem dúvida, uma motivação possível para a UNICEF dizer que a Grécia, apesar de tudo, quanto à protecção da criança, está à frente da U.S.A., onde os 75 milhões na miséria vêem as fortunas de alguns ultrapassar, de longe, os orçamentos de muitos estados do mundo.
O que parece ser mérito, visto a ministra, que temos, mesmo com toda a desgraça à volta, gaba-se de que os cofres cheios… de dívidas à banca, é certo.
Donde se concluí que é verdadeiro quem mente, agarradinho ao seu tacho com que a servidão lhe pagou, e diz que o país está liberto, até muito melhor que antes.
No que até tem a razão, dado que o país são eles que, do anonimato de aldeia, alçaram-se à notoriedade dos VIP, em mordomias, benesses e, até, uma prescrição de impostos.
Verdade, verdadinha, parvos, se há, outros serão, não eles.
Certamente nós. 
Meça a estupidez dois metros ou quede a muito pouco do nada, venha de Lisboa ou do Porto, compraz-se, triunfante, na asneira que a Reuters, por ofício, produz e, desdenhando contrastes, confirmações, lança nos ares a tolice polua ou não o país.
Sendo o silêncio de há dias presságio de agouro, para ele, rompe, de súbito em triunfo, que a Grécia, afinal, vergara e, contra os compromissos com o povo, impostos e IVA aumentaram.
Só um pormenor se omite, que o último escalão é que paga e produtos de luxo vão no rol.
Coisa que Bruxelas rejeita, pois, se temos de penalizar alguém, seja o pobretana, o rico não, que o sonho de Europa é ombrear com uma América plutocrática de bilionários.

domingo, 29 de março de 2015

Arreiga-se em mim a convicção de que somos eleitos.
Desconfiei em tempos, erradamente, se diziam que, pese a roupa rasgada e o traseiro de fora, eu era um pilar da civilização.
Uma hipérbole de saciar qualquer ego, sem dúvida, mas, quando a esmola é de mais o pobre não acredita. Assim eu.
Com e após o respirar de Abril, fui-me considerando normal, tão simples como qualquer negro ou amarelo.
Mas, graças às provações de agora, voltei a querer encontrar-me à parte, ajudado que sou pela eloquência de alguns.
O parlapatão, por exemplo, a apontar-me uma história tão dilatada e heróica que gregos, romanos, egípcios ou filisteus jamais ombrearão connosco.
Mais que tudo, porém, a alicerçar-me as ideias, a governação de eleitos que me foi dada pelos céus.
O capitão tem missão, como um tiranete se preza, o gaguinho dadivoso, na sua palidez de asceta, desunha-se em sopas dos pobres e mente como um jesuíta, a bêbeda, apesar dos tombos, mantém-se à tona do gin, perdão, à tona da água e, para me ater ao que importa, refiro a insossa, que em ensinamentos da Bíblia, nos vende os caminhos de futuro para jovens: crescei e multiplicai-vos.
Esqueceu-se dos meios, monetários, decerto muito exigidos pela prole.
Também não julgo preciso, que deve pressupor-se saber o que a parábola explicita no meigo Sermão da Montanha : “Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam, contudo vos digo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles”.

sábado, 28 de março de 2015

É complicado entender que uma Alemanha nos dê grandes poetas e músicos e cientistas, filósofos e venha subitamente a engendrar monstros que até se julgam pessoas.
Há já uns tempos nos olha uma focinheira feroz, a transbordar frustração pelo tolhimento em que está, no gozo de um colossal poder que pensa vergar a Europa.
Foi, no entanto, um azar seu termos dignidade por cá, onde não se supusera existir, já que o país é pequeno e tinha mandantes corruptos.
Perdeu o bicho a razão e é vê-lo a ressumar o ódio tão brutamente mostrado que outros, obedientes ainda, hão-de estremecer de nojo, mesmo que os povos modorrem não libertados do coma. 
De bojarda em bojarda, vai este louco remando, na direcção que convém: pôr-nos em escravatura e ele, grande capataz-negreiro, irá sentar-se na mesa dos grandes.
Grande, numa ideia bem sua, é todo aquele que manda e os outros contarão apenas se derem quanto se espera em sangue, prole e trabalho.
Gaba-se do país vir ser o “mais competitivo do mundo”.
Só isto!
Como se consumará milagre tão espantosamente imprevisto?
Observando a receita de Hayek e Milton Friedman em tradução afro-europeia; todo o capital sem peias, impostos só amanhã, direitos findos de vez, com  toda a gente a pagar o estudo, a doença, o viver, por tudo e, caso se veja rebeldia surgir, Guantánamo, que, para exigências do tempo, um terrorista, só morto.
Mas há sempre em tudo algum mas, e onde boas contas as deita o preto, emenda-se para boas contas as deita o branco.
Pois a estupidez já atingiu limites.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Um destes patetas a soldo que, dita a piada, nos olha, à espera de efeito que pague, erguendo-se em bicos de pés e em contra-corrente de tudo, expele num evacuar obsceno, que faltam ainda reformas, pois a austeridade está bem.
Asneira bem pronta e a jeito, depois de um conto fantástico de cofres repletos… de dívida à banca.
O direitista de avio esqueceu que liberal era, em tempos, progresso e mesmo esquerda maior, dois séculos já vão passados.
Notícia por que não cobrarei nem nada, dado portalegrar-se já tarde de mais e, assim, caducada a validade da coisa.
Mas é de estranhar que bizarria de gentleman, visível e pouco, em nevoeiros de Albion, consiga atrair pategos daqui.
Espertos que julgamos ser, abrimos as portas ao vírus fatal que, cedo ou tarde nos há-de matar: um ébola de ensaio dos Chicago Boys que eles espalham em razão de tudo.
Partindo do golpe de Pinochet no Chile, chegou à Europa a epidemia testada, envenenando intenções, cordialidades possíveis, o respeito pelo ser, a fraternidade entre os homens.
Quem vier a meu lado quer saber-me as fraquezas, que ninguém se aproxime porque dissimula um crime, nunca fiar em quem se ri, que é mau, pode a traição inesperada ocultar, a Norte ou a Sul o punhal nos espreita.
E, em instilação diária, do berço ao passamento, a televisão lidera o envenenamento da vida.
O que explica, sem dúvida, a opção criteriosa por idiotas venais que zurram, doutores no entendimento de tudo.
Trágico, que a esquerda que, na realidade, o seja, aceite linguajar inimigo, onde a palavra-farol é sempre competitividade.


Nota: se necessitar um antídoto contra a desgraça do tempo, leia a obra conjunta de Vasapollo, Martufi e Arriola, Il Resveglio dei Maiali, dobre a finados do capitalismo em crise. Há tradução espanhola.

terça-feira, 24 de março de 2015

Que se passará connosco, que admitimos ao louco, no seguimento da louca, regozijar-se com cofres do roubo a crianças, velhos, doentes e a todos nós?
Sem que se aperceba do asco do país inteiro, foi a bojarda largada entre jovens indefesos à intoxicação da bruteza.
Fazer gala de crueldade, só em campos de concentração e, se é para reincidir nos tempos abomináveis, o homem não será só mau, pois além de mau é estúpido, incomensuravelmente estúpido, muito abaixo do burro que, dizem, não tropeçar que uma só vez na pedra.
Com farda ou sem farda, o mordomo é lacaio, ainda que beneficie de ração melhorada à da criadagem comum.
São estes 9% que gerem a vida fofa de 1% que tem o mundo por coutada sua.
Mas, não lhes bastando gerir, mordem para defender um futuro onde quem mais rouba é rei.
Foi competitividade o nome da sujeição ao projecto do homem lobo dos homens, onde é devorado quem perde.
Sopram novos ventos, contudo, e a poluição adensada está a dispersar-se aos poucos, mesmo entre gente de pituitária mais rija.
Todos merecem respeito, se pessoas e não bestas. A camaradas, além de respeito, lealdade.
Mas dá pena ver, na Grécia e… algures, quem se creia puro entre puros e não entenda o momento.
Ser marxista não é aviar receitas, mesmo de eficácia provada, antes, mas não agora.
Exige o pensamento marxista não a traição de princípios em oportunismos, como quando quisemos casar com quem já se renegara há muito, mas, analisando o instante, sempre novo, há que encontrar o possível e factível que vise a consecução do certo na via do objectivo a atingir.
Inteligência e pulhice não são o mesmo, é sabido, e a ortodoxia de alguns esqueceu o quanto terá custado ceder em Brest-Litovsk.
Ou foi Lenine traidor?
Não demos à direita nada daquilo de que não precisa: previsões de fracasso e ressubmissão do escravo.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Se Passos nada sabia, nem a ministra sabia, nem o secretário sabia, nem o director sabia, não sobra dúvida sequer: a culpa é do porteiro.
Ora, um porteiro, sabemos, é inimputável por lei, politicamente falando.
Vire-se, então, a página de vez, siga o bailarico sem mais, que a pantominice não pare.
Irão registar-se estes tempos na história de após Abril, para que se entenda a baixeza que pode degradar um povo, quando a uma farsada tão trágica se chame governação democrática.
Equívoco a complementar um outro que é o do socialismo da treta ser tido por força de esquerda, de modo a continuar confusões, de modo a acobertar ladrões.
Até que algum dia entendamos que a cidadania se exerce e delegá-la é matá-la.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Quando a dignidade se opõe, resiste, a traição passa à raiva e entre colaboracionista e carrasco não há espaço.
Em França, Itália ou na Grécia, durante a ocupação nazi, terrorista era o resistente que recusava vender-se, ainda que pesasse o perigo de ser torturado e morto.
Também na ocupação presente, esta é a divergência da escolha: viver na desonra ou com honra, mesmo que nos pretendam vergar com vantagens de negociar com quem manda, em termos de docilidade.
Uma razão a que acode a chusma de patriotas, floridos do dia para a noite, quando a capitulação é um mérito.
Nunca me foi dado ter notícias sem morbidez, outras que não os desastres ou crimes ou escandaleiras.
Pouco satisfeito com espaços onde se refocila, grunhindo, vai o jornalismo por pastos que só taras aguentam.
Mesmo não pensando nos custos de equipas correndo as alfurjas, assusta poder prever que hospícios e psiquiatras venham afundar-se em emergências.
Mas, quando com o estômago revolto, se tenta procurar remédio, em ares que não sejam nossos, cai-se na surpresa, por vezes, de ver que é Cuba quem mais investe na educação do seu povo (o Banco Mundial o diz) ou que a Venezuela é líder no esforço do bem-estar geral, segundo testemunho da  UNESCO.
Gastos sumptuários, quero crer, que ofendem oposições acoladas e dão razão a um Obama que teme pela segurança da América, dado que uma civilização democrática requer tiroteios diários.
Quando a governação honesta exige uma austeridade catártica, há estas nações a esbanjar, em vez de carrear riqueza para a banca dos bons dividendos.
Heréticos de uma economia sã, há que pôr fim ao desastre, impondo regras sensatas que andamos decretando pelo mundo, e, agora, consolidamos à bomba.
Que a coisa do mundo livre é connosco.

segunda-feira, 16 de março de 2015


Num dos cerimoniais com morfos, um dos deglutintes berrou que está na hora de dar um forte murro na mesa, embora não se saiba ao certo se o dito foi de motu proprio ou veio de in vino veritas.
Que anda distraído é facto, porque se vai da palavra ao acto, terá de constatar que, mesa, houve na verdade, em tempos, vendida que foi depois em lote, bónus, favor, que mimos destes dão sempre gentis comissões chorudas.
Lastima-se o nunca ter visto low-coast em EDP, vias rápidas, estaleiros, hospitais e muito mais, com TAPS, transportes, águas, os ares, os rios e as costas, escapando a minha avozinha, porque essa só traz encargos.
O meu oftalmologista, amigo, falando-lhe eu deste caso, explicou-me que a miopia de herança, com a idade, sempre avança.

O que faz falta por cá?
Ideias, gente capaz de explorar os bons momentos, empreendedorismo actuante.
Vem o do papel higiénico dizer que a natalidade, humana, suponho, é causa nacional, agora.
Face à oportunidade criada, não há notícia sequer de alguém buscar incentivos, numa distribuição quase grátis de afrodisíacos provados, como as miudezas dos ursos, macacos, tigres, elefantes ou cornos de rinoceronte, além de cantáridas, viagra e coisas que os especialistas conhecem.
Em vez de investimentos na Bolsa, de rentabilidade muito incerta, aqui o sector garante certezas ao fim de meses.
Se, em dez milhões de habitantes, houver metade a criar, teremos mercado de sobra para os desempregados que sobram.
E, quando a Europa falasse dos 20% reais, podíamos mandá-la calar-se, que todos já estão funcionais.

domingo, 15 de março de 2015

A ritualização do roubo exigia templos próprios e chamamento aos fiéis, que, em manada, iam comungar no voto.
Aliviavam tensões e, em festas, havia as pipas e fêveras a rechinar que a pifieza dos tempos substituiu por esferográficas, saquinhos e camisolas.
Também o convincente cacete deu lugar à promessa ou de um tacho ou de um  favor, em argumentação moderada.
Mas às goelas do lucro, insaciáveis, não bastava o que engolira e a experiência aconselha inovações radicais.
O receituário da América só foi profícuo após guerra, quando a Europa em miséria se dava a qualquer um.
Anestesiaram-se os povos em cedências e mais festanças e a exploração travestiu-se.
Mas, sendo tudo muito efémero, surdem lugares que, já tarde, quiseram reaver o seu.
No Chile, que foi um deles, a força bruta actuou, torturas, execuções, horrores, a arrepiar todo o mundo, ainda que megafones louvassem a escola dos Chicago Boys.
Houve que congeminar nova ideia: acirramento ao consumo, agiotagem da dívida, vitimização do tonto.
Só que a negociata emperrou e há lunáticos da dignidade a recusar pôr-se à canga.

Extremistas!
Percebo por que se foge da agricultura: cansa e não compensa.
Muito preferível, é certo, sentadinho à secretária ou poltrona administrativa, com escravos a encher-nos o prato.
Pedagogicamente falando, um estagiozito de uns anos neste labor desprezado de fazer muito e ter pouco, talvez nos curasse da lepra de um gago que quer cantar, da bêbeda que quer valsar, do sádico que quer reinar, do símio que quer ser gente.
Não se me dava que houvesse um doutoramento em bom-senso ou pós-pós-doutoramento em sensibilidade e respeito.
Depois de trilhadas as sendas tão ínvias e infrutuosas, talvez nos servisse um caminho, o da humanização do homem.
Experimente-se, já que há pouco a perder e muito menos soberania, que essa se nos escapou há muito.

sábado, 14 de março de 2015

Foi no fim de um debate, amena cavaqueira das quintas, que o fofo, coleccionador de gestões e acessorias, assossegou-se a destempo, num desabafo de alívio, do que, de facto, inquieta:
- Felizmente, entre nós, não existe Syrizas nem Podemos.
Realmente, entre nós, reina a paz do Senhor e cada macaco em seu galho vê-lhe atribuído o papel, na teatreira dos tempos.
Se temos nuvens lá fora, são bem serenos os dias, aqui, e a cobardia das gentes é um convite ao ripanço e continuação de negócios em perspectivas risonhas de duplicar os proventos, já que há vistos gold atraindo todos os ladrões do mundo, contentes de imunidade e criadagem de graça.
Assim se cumpram desígnios e, mais alto que a Suíça, Luxemburgo e paraísos fiscais, Portugal ficará em lugar de eleição.
Aquele que vem arrebanhar-nos a TAP terá de pensar, sem dúvida, num acolhimento atraente a caloteiros turistas, servindo-se da graça muito ao gosto português: chouriço, pinga e minhotas guinchando e algarvias girando.

Melhor que em fascismo, com o excelso poeta Melo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015


De portas adentro ou portas afora, a pantominice impera.
“Eu sempre disse”, como lema dos dias, está a ter tanta voga, como um mea culpa papal.
Houvesse sobrevivido o Hitler à sua antecipação da Merkel e encontraria um Soares ou outro democrata dos tempos que, às pancadinhas nas costas, juntava:
-Não vale a pena mentir. Em nome da reconciliação nacional, o que lá vai lá vai. Não queiras estragar-nos a festa que nós já entendemos a ideia e até a melhorámos há muito. Os perigos são outros agora, que andam uns alucinados tentando fazer os povos pensar. Uma escumalha sem nome de Monederos, Iglesias, Navarros e até Losurdos, Chesnais, Eagleton, Harvey, Arriola, Vasapollo e Lapavitsas, todos tresloucados perigosos.
Deus saberá o porquê de só a nós nos prendar com a inteligência das coisas.
Mas, os desígnios de Deus são, desde sempre, insondáveis.
Basta-nos o sermos eleitos e dados de exemplo ao mundo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015


Goebbels, em nova revelação messiânica, vem informar os mortais dos duzentos e tantos contratos com umas instituições esmoleres.
Ou, em português mais corrente, duzentos e tantos carreios dos cofres da Fazenda Pública para Jonets e quejandos, que, sendo as costureiras mal pagas, preferem a caridade de ofício, que abre as portas o céu.
Tendo-se cidadania como noção caduca, há esta pressa açodada em dar à sociedade egoísta, capaz de recorrer a tudo, se quer sobreviver ao desastre.
Seja aguerrido, competitivo e feroz e quem, por contrário, se recusa morder, aguarde a piedade católica das damas desocupadas no tédio.
A esta evidência, repete-se que a Europa se encontra em fase de capitalismo altruísta: toma lá o dinheiro que é para concorreres comigo.
É  história da cenoura e do burro, a ter ainda quem ouça.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015


É lindo, lindo de ver-se um outro senhor da Galiza afunilar o focinho, na raiva de empeçonhar quem sonha a Espanha sem Torquemadas.
 Que ela bem merece o respeito que a Contra-Reforma travou e Franco decapitou.
Parece, agora, porém, que perde a reacção com Podemos, ainda que a socorra a Europa, onde todos os povos, por fim, estão a acordar da modorra, frente à escravidão dos tempos.
E, berre ou não berre, o antigamente agoniza, são os amanhãs que cantam.
Vê-se abrir a vida à vida, não do animal que o instinto embrutece, mas do racional que possa chamar-se de humano.

domingo, 1 de fevereiro de 2015


Curioso que quantos se horrorizaram com Paris, entrando açodados na grande encenação de “je suis Charlie”, pela liberdade de expressão, não se precipitem à mesma em defesa do Syriza, cuja prioridade, parece, é a liberdade de um povo que, espezinhado e humilhado, afirma uma dignidade, mais ofendida ainda, não por um só acto de barbárie, mas vários, por vários anos.
Muito pelo contrário, ou vociferam, de imediato, que nós não somos os gregos, sem esconder servilismo, como anseiam pelo fracasso de uma altivez esquecida, antegozando uma Grécia que se suma em derrota e sofra, no pelourinho, a fúria dos agiotas, o escárnio da populaça.
São 12 as vítimas de um dia e é escândalo, revolta, guerra, se o mando assim entender.
O mando que, dia após dia, torna esta Europa uma máfia que rouba, extorsiona, mata, não doze, mas muitos milhões.
Tinhas razão, Einstein, é a estupidez infinita.

Clama o negreiro a sua palavra de ordem – “empobrecer, empobrecer”, até a pele não conter nem ossos nem vida e o esqueleto acabe por se desconjuntar por si.
Produção e comércio, educação e saúde, justiça e prestações de apoio foram, não são, ao ditame do louco que nos imola o presente e compromete o futuro, se o premiarem lá fora, um Deutsche Bank, talvez.
Crescem, contudo, as fortunas antigas e juntam-se a elas as fortunas recentes, em cambalachos de amigos, privatizações de urgência, comissões e luvas, evasões aos impostos, uma corrupção imparável.
A correria ao tachismo é açodada, obscena, não faltando vivaços que, numa alergia ao trabalho, enxameiam partidos, aplaudindo quem manda.
Mas a unanimidade perfeita onde se mercadeja tal pândega faz-me prever que um tsunami virá a varrer deste mundo o lixo de há anos.
São indícios reais, quando se escuta o pulsar do novo que está para nascer.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015


Na arguta opinião de um chim-chim que se expande em considerações e negócios, que o fascismo não traria, logo, democrata a valer, a Europa, tão generosa, só nos beneficiou, com progresso.
Axioma certíssimo e badalado por todos, visto não lhes surdir no toutiço que existe e existirá uma vinculação fatal entre o ontem e o amanhã.
Fizeram-se estradas de que o país carecia, mas que, saltando fronteiras, trazem uma enxurrada de coisas que nós poderíamos fazer.
Consequência: agricultura de rastos, indústria de minudências, comércio na mão dos grandes, a pesca do carapau de gato e um atrofiamento crescente, com juros a pagar à banca, pois o endividamento impunha-se, imposto por estratégias manhosas que a pateguice não viu, nem vê.
Veio o dinheiro para abater os barcos, abandonar as minas, arrancar videiras, oliveiras, sobreiros, o diabo, porque tudo nos serviriam de fora, bastando que nos aquietássemos à mesa.
O hoje prediz-nos futuro, onde há que ser comportado e, sempre que nos acariciem o lombo, convém demonstrar afecto, lambendo quem explora e nos tolhe.
Sem pôr nem tirar, o que os gregos não querem.
Extremistas!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


Insisto em reconhecer o progresso de, em vez de se morrer na ambulância, que não há, morre-se nos hospitais, à porta, visto já nos faltarem as camas, que a haver, nos faltariam os médicos, que a haver, teriam de faltar enfermeiros, remédios ou material.
Não se esboroa o serviço, não senhor, como não se esboroa a justiça, ensino ou serviços sociais, todo um país, em suma.
Contudo, por se encontrar entre burros, o tipo só nos merece louvores, mesmo dos que me aprazia escutá-los, por os julgar que dispunham de um dedo de sanidade mental.
Quer-me parecer, deste modo, que a arrogância e o sadismo são novos padrões de valor e, louco, numa terra tão certa, só eu, que me acreditei saudável.
Aplauda-se, servil e a quatro patas, quem nos despreza e nos mata.                             

terça-feira, 27 de janeiro de 2015


De bom aspecto, composto, o que atrai a confiança, o cavalheiro, com gráfico, expõe debilidades de um povo que se envenena com drogas, excepção para futebóis, crimes vários e parolices de chacha.
Rejubilei, sabendo que, dia sim dia não, regista-se uma morte, apenas, entre os viciados mais graves, o que me parece normal, porque se iguala no ritmo ao que nas urgências se passa, por falta de assistência médica.
Casos pontuais, esclarece, o titular da saúde, que dizem o melhor de todos, comentadores, analistas, parlapatões e vendidos.
De súbito, soltou-se dos lábios oraculares a data de referência aos dados – 2011.
Aterrando, aterrado, na realidade envolvente, constato no hoje de agora simples quatro anos de atraso e, persistindo eu na vida, dentro de seis ou dez anos hei-se conhecer o presente desta requalificação funcionária.

Vai-se percebendo, por fim, que a democracia se exerce, não se delegando em ninguém uma decisão que é só nossa, dado que se aprende fazendo e aceitando as consequências.
Se o que estiver em causa for de dimensão mais ampla, há, de certeza, entre nós, quem possa discutir a questão, sem sabichão metediço que bota falação em tudo.
Será delegado diferente, segundo a matéria a estudar, para que não se creia cacique, nem tenha clientela a servi-lo.
Evita-se o carreirismo que existe e a corrupção dos compadres.
Percebe-se o furor dos tachistas que falam da experiência apontada, tentando esconjurar da Europa o perigo de trabalhar na vida, eles que se consideram nobres, vendo, nos outros, seus servos.
Democracia é, para tais, dar-se ao cambalacho de pares.
Daí as metamorfoses em monstros, que é o que o vedetismo traz consigo, quando nos sabemos ser nada, se não nos alcandoramos nos outros.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


Não me estranha nada a formidável queda do desemprego de que se gabam os arrivistas incompetentes que o pagode pôs no mando, graças ao fino discernimento expresso de há quarenta anos para cá.
Se o Banco de Portugal desmente, assinalando uma das fintas dos aldrabões, é que há outra terrível força de bloqueio, nesta entidade isenta, séria e capacíssima, como se vê, entre mais coisas, na meritória acção do Espírito Santo.
Mas tão gritante e desfaçada é a aldrabice em marcha que até comparsas se distanciam, ainda que timidamente.
Na realidade, o desemprego não desce, sobe e bastaria a quem lida mal com os números, como eu, pensar um pouco:
Muitos de nós, espoliados, depois de anos a correr para a bicha dos que acreditam ainda haver futuro, assim, deixaram de o fazer, que até a esperança tem limites.
Também, centenas de milhares com o desemprego e um povo invertebrado a consentir ser esfolado, decidiram por emigrar, superando recordes de toda a década de 60, com a agravante dos actuais em fuga terem uma preparação capaz, mas de que o país prescinde, desdenhando o retorno dos recursos que investiu.
Certos do alheamento e ignorância em geral, os vígaros do desgoverno aproveitam dinheiros que a Europa reserva para esta aldrabice em curso e inventam os estágios em que se paga ao patrão, a troco de que alguém lhe varrerá a casa por poucos meses, não muitos, e servem às estatísticas imaginar empregados onde realmente não há.
Quis Bruxelas amparar os aldrabões de serviço e alterou o processo de calcular percentagens, assentando doravante na população dos activos que, como se disse, encolhe e encolherá.
Contudo, à engenharia do truque restam os resultados bem magros de umas tantas contratações, muito proveitosas a quem explora, que, livre do empregado mais pago e alguns direitos, pode permitir-se um outro, mal pago e sem direitos.
Eis, em resumo, a razão do colossal sucesso, na boca do amarelinho Goebbels e quejandos bem cevados, já que os números nos dizem o que queremos que nos digam.

domingo, 18 de janeiro de 2015


Das várias contrariedades de Inverno destaco o muito frio que tolhe, a brevidade dos dias que encurta a existência e o desaparecimento das moscas que, como constatei ainda há pouco, em palração de plumistas, não se enfiando pelas bocas, dão livre curso à asneira.
Para recordar uma destas, cito quem se sentiria feliz por ter à porta de casa os rebuçados de Espanha, logo ali em Badajoz.
Era uma piada bacoca que revelava, contudo, toda uma finura de análise ao desarme alfandegário, tido por progresso astronómico entre os que se dão a  passeios, baratuchos, de ali à esquina.
Espero que a coerência lhes dite um franqueamento das casas, de modo a papar-lhes uns almocinhos, seguidos de respectiva sesta.
Substituíssem os óculos por uma visão menos míope e descobririam, por certo, no carvão que se compra, uma condenação à miséria de muitas zonas do país.
Mesmo que saísse barata a importação do que por cá se produz, o que é falso ou sempre incerto, há explorações a fechar e os desempregados que aumentam, um comércio em agonia, emigração a crescer, os serviços em debandada, desertificação e morte.
Quisesse o escrevinhador entender estudos ao alcance de todos e aperceber-se-ia, talvez, serem beneficiados, apenas, todos os import-export, que, às isenções, incentivos, perdões e evasões fiscais, quintuplicaram os lucros a exportar o que é nosso, para importar em seguida o que havia e já não há, numa recreação de agiotas a lixar o mexilhão, menos mexediço com o tempo,  tão grande e tanta é a estupidez em que imerge.

sábado, 17 de janeiro de 2015


As aldrabices são tantas e tão grande a desvergonha que nada que olhemos nos merece respeito nem ninguém que escutemos nos merece ser ouvido.
Logo, há que lançar mão de artimanhas, evitando que a manada tenha veleidades ou tresmalhe.
E o que aqui é usual, em miopia patega, tem lá fora um arsenal capaz de acirrar vingança de uns contra todos e todos contra todos.
Basta violar, em partes vivas, o que da desgraça lhe sobra ao que se vê maltratado, escarnecido, espezinhado: o seu Deus.
Não sou eu religioso nem me furtarei à graçola que se aceite com complacência.
Mas não é dando-lhe o nome de liberdade de expressão que apoucarei quem tem fé, tábua última de salvação.
Para mais, é de exigir destrinça entre crença morigeradora e qualquer crente a tresler, entendendo a contrapelo.
Se a distinção é difícil, talvez, do nosso lado e do deles, a inteligência pouco fulja.

De esperar, que preconizem este mundo que conhecem e onde se sentem bem, porque, com todos os trunfos, manha, dinheiro e progénie, ninguém haverá que lhes venha fazer sombra.
E, quanto mais besta, melhor: a insensibilidade é virtude, a imoralidade, conduta.
Não percebem, na pequenez de animal, que a pessoa é livre, se e enquanto os homens o forem, a não ser que, sádicos, o sofrimento dos outros seja razão de prazer.
Casos há no género que a brutalidade de um sistema pode potenciar e expandir, como se viu com o nazismo e suas imitações combadenses ou franquistas.
Mas todos estaremos de acordo em ver se serão imputáveis, mentalmente, e sim, confrontá-los com a lei, atulhá-los nas prisões, ou não, e há asilos para loucos e psiquiatras que os tratem.

 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015


Aos varredores da Internet e batedores de inimigos, no frenesim de agarrar o génio que, enraivecido, se escapuliu da garrafa.

X

Queriam os judeus terra sua e foi-lhes cedida por Lénin, onde não pisassem ninguém, podendo ser uma nação, com língua e cultura próprias.
Logo os sionistas fanáticos uivaram pela Grande Sion, mesmo massacrando pessoas que não lhes acatassem roubos.
Fortes da pressão da banca e subordinação de governos, foi-lhes aceitada a exigência, quando, ao arrepio da ONU, por cada palestino que morra, há mais um colono que avança.
Surge, no Afeganistão longínquo, uma educação de gente, em que se igualavam direitos de homens, de mulheres, de todos, fosso qual fosse o seu berço.
Crime, esta governação vermelha, que trava a exploração das riquezas, por nós, civilizados de sempre, eleitos de Deus para mandar.
Flui dinheiro a radicais que, da bestialidade à bruteza, acabam por devorar a mão que antes os acirrara e armara.
Havia nos croatas e sérvios laços de amizade e família, sem que uma religião impedisse toda a convivência entre si.
Decide-se a balcanização da zona, com uma Alemanha em expansão e ajudazinha da América: guerra fratricida, que explode, hoje, num fogo mais lento, porque a ocupação obriga.
Vê-se, nos petróleos do Iraque, saída que o capitalismo anseia, pois lucro faz-se em pobreza e subjugação dos demais.
Tem-se, em pretexto, armas de destruição maciça que, não podendo existir, servem à destruição do país, lançam todo um povo no ódio.
Estes, os estranhíssimos fenómenos de uma loucura tão súbita que nem a inteligência compreende, se atentarmos em analistas e cu-mentidores de ofício deste festival hipócrita ou venalidade a quem lhes puxa os cordéis e alarga um pouco os cordões.
Valha-nos que, no primarismo feroz, pastam, em palração, manadas, dada uma falta de temas, porque nós vivemos no céu, onde não há quaisquer nuvens e o sol aquece os transidos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


Indivíduo, sociedade, planeta, vai tudo.
Nada mais a esperar de gente, se é gente, que vê só o dinheiro como apego aos vidrilhos.
Engravatam-se, mas servis, roncam forte, mas lacaios, tal o cão que, rojando-se aos pés, quer afagos em troca.
Não precisa quem manda de os açular contra alguém, que eles fazem o que podem, mesmo o trabalho mais sujo.
Nenhuma desonra ou desdoiro, que a moral está na gamela.
Trágico é nós, idiotas de sempre, na abjecção de escravo, suportarmos quem rouba, aceitarmos a arrogância.
Dir-se-ia que a canga pesa menos que ser pessoa

terça-feira, 6 de janeiro de 2015


Democracia, a da exploração e do lucro, sorte de videirinho matreiro que, das berças longínquas, vai subir às alturas e regalias de nobre.
Heresia, a fraternidade entre os homens num respeito dos outros e dignificação de nós todos.
Horizonte, só o que conforte em gozo os arrivismos eleitos, provincianos ou não, na condução da manada submissa, agradecida.
Estupidez, a que para Einstein, infinita, de gente abúlica, sem nervo, a vegetar na miséria para que patrões se anediem.
Esperança, a que a natureza impõe à ganância e a tudo, erigindo um dilema de sobrevivência ou morte.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015


Ao tropeçar certo dia numa escavacada figura, um cronista que pensa, raridade em tempos de hoje, escreve que a História, mais tarde, há-de vir a condená-lo.
Como se os estudiosos quisessem examinar uma hemorroida de que em tempos padecemos.
A História é de factos de uma dimensão que valha, jamais de minudências a que um vivente se expõe só porque se obstina em viver.
Mas nem médico é necessário, bastando uma aspirina de tédio.
Aliás, nunca se assustará o tal com um julgamento post mortem, que isso não saberá o que seja.
Cagaço, sentiria e muito, se as leis previssem uma aplicação a quem mente, defrauda ou trai, em nome de uma condução política que, atropelando as pessoas põe este país na desgraça.
A mim, mais estúpido que os demais, não me agrada impunidades e a justiça, em vez das balelas ocas e severidade contra fracos, podia e deveria agir segundo a latitude do crime e a responsabilidade do fautor.

sábado, 3 de janeiro de 2015


Não me motiva alguém escravizar alguém, roubar-lhe a dignidade, para, depois de usado, esquecê-lo nas valetas, à espera que a sarjeta o trague.
Repugna-me a competição da besta, quando tenho percorrido a vida, procurando ser pessoa.
Percebo que a sociedade em agonia ponha na selva o ideal, procurando salvar-se, quando mais nada lhe resta.
Mas, se o destino me fez ver a regressão do momento, não me consente o respeito, a resignação de vencido.
E, onde supuser futuro, estarei, enquanto me acalentar ao sol que, sendo o mesmo, dia a dia se renova a renovar gerações.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015


Projecto muito bem engendrado!
Com o trabalho a custo zero, os direitos esfrangalhados, todos os desfrutadores da riqueza, agora, a demandarem as Ásias, regressariam à base e dar-lhes-iam o mando de governos e gestões, pois o sonho que acalentam é ser um capataz bem pago, ainda que vampirizando os seus.
E as décimas que conseguiram do plano são esperança que o milagre aconteça.
Esquecem, contudo, que há povos que tendo aprendido com a História, em vez de minguarem, crescem, em vez de regredirem, seguem, fartos da predação que os vitima, ciosos de uma autonomia digna.
Também vê a agiotagem futuro na especulação bolsista que, em segundos, lhes multiplica o que investe, por dez, por cem, por mil.
Porquê esperar tantos anos uma produção incerta, com escravos que algumas vezes despertam?
Assim se explica a nulidade de esforços, sejam eles de um Costa ou de um Juncker estejam eles cá dentro, ou lá fora.
Morre-se de podre na Europa, porque o capitalismo soçobra, agoniza, não havendo remédio ou remendo que valham.
Paz à sua alma rapace, se souber perdoar-se dos crimes que cometeu!