sexta-feira, 30 de janeiro de 2015


Na arguta opinião de um chim-chim que se expande em considerações e negócios, que o fascismo não traria, logo, democrata a valer, a Europa, tão generosa, só nos beneficiou, com progresso.
Axioma certíssimo e badalado por todos, visto não lhes surdir no toutiço que existe e existirá uma vinculação fatal entre o ontem e o amanhã.
Fizeram-se estradas de que o país carecia, mas que, saltando fronteiras, trazem uma enxurrada de coisas que nós poderíamos fazer.
Consequência: agricultura de rastos, indústria de minudências, comércio na mão dos grandes, a pesca do carapau de gato e um atrofiamento crescente, com juros a pagar à banca, pois o endividamento impunha-se, imposto por estratégias manhosas que a pateguice não viu, nem vê.
Veio o dinheiro para abater os barcos, abandonar as minas, arrancar videiras, oliveiras, sobreiros, o diabo, porque tudo nos serviriam de fora, bastando que nos aquietássemos à mesa.
O hoje prediz-nos futuro, onde há que ser comportado e, sempre que nos acariciem o lombo, convém demonstrar afecto, lambendo quem explora e nos tolhe.
Sem pôr nem tirar, o que os gregos não querem.
Extremistas!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


Insisto em reconhecer o progresso de, em vez de se morrer na ambulância, que não há, morre-se nos hospitais, à porta, visto já nos faltarem as camas, que a haver, nos faltariam os médicos, que a haver, teriam de faltar enfermeiros, remédios ou material.
Não se esboroa o serviço, não senhor, como não se esboroa a justiça, ensino ou serviços sociais, todo um país, em suma.
Contudo, por se encontrar entre burros, o tipo só nos merece louvores, mesmo dos que me aprazia escutá-los, por os julgar que dispunham de um dedo de sanidade mental.
Quer-me parecer, deste modo, que a arrogância e o sadismo são novos padrões de valor e, louco, numa terra tão certa, só eu, que me acreditei saudável.
Aplauda-se, servil e a quatro patas, quem nos despreza e nos mata.                             

terça-feira, 27 de janeiro de 2015


De bom aspecto, composto, o que atrai a confiança, o cavalheiro, com gráfico, expõe debilidades de um povo que se envenena com drogas, excepção para futebóis, crimes vários e parolices de chacha.
Rejubilei, sabendo que, dia sim dia não, regista-se uma morte, apenas, entre os viciados mais graves, o que me parece normal, porque se iguala no ritmo ao que nas urgências se passa, por falta de assistência médica.
Casos pontuais, esclarece, o titular da saúde, que dizem o melhor de todos, comentadores, analistas, parlapatões e vendidos.
De súbito, soltou-se dos lábios oraculares a data de referência aos dados – 2011.
Aterrando, aterrado, na realidade envolvente, constato no hoje de agora simples quatro anos de atraso e, persistindo eu na vida, dentro de seis ou dez anos hei-se conhecer o presente desta requalificação funcionária.

Vai-se percebendo, por fim, que a democracia se exerce, não se delegando em ninguém uma decisão que é só nossa, dado que se aprende fazendo e aceitando as consequências.
Se o que estiver em causa for de dimensão mais ampla, há, de certeza, entre nós, quem possa discutir a questão, sem sabichão metediço que bota falação em tudo.
Será delegado diferente, segundo a matéria a estudar, para que não se creia cacique, nem tenha clientela a servi-lo.
Evita-se o carreirismo que existe e a corrupção dos compadres.
Percebe-se o furor dos tachistas que falam da experiência apontada, tentando esconjurar da Europa o perigo de trabalhar na vida, eles que se consideram nobres, vendo, nos outros, seus servos.
Democracia é, para tais, dar-se ao cambalacho de pares.
Daí as metamorfoses em monstros, que é o que o vedetismo traz consigo, quando nos sabemos ser nada, se não nos alcandoramos nos outros.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


Não me estranha nada a formidável queda do desemprego de que se gabam os arrivistas incompetentes que o pagode pôs no mando, graças ao fino discernimento expresso de há quarenta anos para cá.
Se o Banco de Portugal desmente, assinalando uma das fintas dos aldrabões, é que há outra terrível força de bloqueio, nesta entidade isenta, séria e capacíssima, como se vê, entre mais coisas, na meritória acção do Espírito Santo.
Mas tão gritante e desfaçada é a aldrabice em marcha que até comparsas se distanciam, ainda que timidamente.
Na realidade, o desemprego não desce, sobe e bastaria a quem lida mal com os números, como eu, pensar um pouco:
Muitos de nós, espoliados, depois de anos a correr para a bicha dos que acreditam ainda haver futuro, assim, deixaram de o fazer, que até a esperança tem limites.
Também, centenas de milhares com o desemprego e um povo invertebrado a consentir ser esfolado, decidiram por emigrar, superando recordes de toda a década de 60, com a agravante dos actuais em fuga terem uma preparação capaz, mas de que o país prescinde, desdenhando o retorno dos recursos que investiu.
Certos do alheamento e ignorância em geral, os vígaros do desgoverno aproveitam dinheiros que a Europa reserva para esta aldrabice em curso e inventam os estágios em que se paga ao patrão, a troco de que alguém lhe varrerá a casa por poucos meses, não muitos, e servem às estatísticas imaginar empregados onde realmente não há.
Quis Bruxelas amparar os aldrabões de serviço e alterou o processo de calcular percentagens, assentando doravante na população dos activos que, como se disse, encolhe e encolherá.
Contudo, à engenharia do truque restam os resultados bem magros de umas tantas contratações, muito proveitosas a quem explora, que, livre do empregado mais pago e alguns direitos, pode permitir-se um outro, mal pago e sem direitos.
Eis, em resumo, a razão do colossal sucesso, na boca do amarelinho Goebbels e quejandos bem cevados, já que os números nos dizem o que queremos que nos digam.

domingo, 18 de janeiro de 2015


Das várias contrariedades de Inverno destaco o muito frio que tolhe, a brevidade dos dias que encurta a existência e o desaparecimento das moscas que, como constatei ainda há pouco, em palração de plumistas, não se enfiando pelas bocas, dão livre curso à asneira.
Para recordar uma destas, cito quem se sentiria feliz por ter à porta de casa os rebuçados de Espanha, logo ali em Badajoz.
Era uma piada bacoca que revelava, contudo, toda uma finura de análise ao desarme alfandegário, tido por progresso astronómico entre os que se dão a  passeios, baratuchos, de ali à esquina.
Espero que a coerência lhes dite um franqueamento das casas, de modo a papar-lhes uns almocinhos, seguidos de respectiva sesta.
Substituíssem os óculos por uma visão menos míope e descobririam, por certo, no carvão que se compra, uma condenação à miséria de muitas zonas do país.
Mesmo que saísse barata a importação do que por cá se produz, o que é falso ou sempre incerto, há explorações a fechar e os desempregados que aumentam, um comércio em agonia, emigração a crescer, os serviços em debandada, desertificação e morte.
Quisesse o escrevinhador entender estudos ao alcance de todos e aperceber-se-ia, talvez, serem beneficiados, apenas, todos os import-export, que, às isenções, incentivos, perdões e evasões fiscais, quintuplicaram os lucros a exportar o que é nosso, para importar em seguida o que havia e já não há, numa recreação de agiotas a lixar o mexilhão, menos mexediço com o tempo,  tão grande e tanta é a estupidez em que imerge.

sábado, 17 de janeiro de 2015


As aldrabices são tantas e tão grande a desvergonha que nada que olhemos nos merece respeito nem ninguém que escutemos nos merece ser ouvido.
Logo, há que lançar mão de artimanhas, evitando que a manada tenha veleidades ou tresmalhe.
E o que aqui é usual, em miopia patega, tem lá fora um arsenal capaz de acirrar vingança de uns contra todos e todos contra todos.
Basta violar, em partes vivas, o que da desgraça lhe sobra ao que se vê maltratado, escarnecido, espezinhado: o seu Deus.
Não sou eu religioso nem me furtarei à graçola que se aceite com complacência.
Mas não é dando-lhe o nome de liberdade de expressão que apoucarei quem tem fé, tábua última de salvação.
Para mais, é de exigir destrinça entre crença morigeradora e qualquer crente a tresler, entendendo a contrapelo.
Se a distinção é difícil, talvez, do nosso lado e do deles, a inteligência pouco fulja.

De esperar, que preconizem este mundo que conhecem e onde se sentem bem, porque, com todos os trunfos, manha, dinheiro e progénie, ninguém haverá que lhes venha fazer sombra.
E, quanto mais besta, melhor: a insensibilidade é virtude, a imoralidade, conduta.
Não percebem, na pequenez de animal, que a pessoa é livre, se e enquanto os homens o forem, a não ser que, sádicos, o sofrimento dos outros seja razão de prazer.
Casos há no género que a brutalidade de um sistema pode potenciar e expandir, como se viu com o nazismo e suas imitações combadenses ou franquistas.
Mas todos estaremos de acordo em ver se serão imputáveis, mentalmente, e sim, confrontá-los com a lei, atulhá-los nas prisões, ou não, e há asilos para loucos e psiquiatras que os tratem.

 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015


Aos varredores da Internet e batedores de inimigos, no frenesim de agarrar o génio que, enraivecido, se escapuliu da garrafa.

X

Queriam os judeus terra sua e foi-lhes cedida por Lénin, onde não pisassem ninguém, podendo ser uma nação, com língua e cultura próprias.
Logo os sionistas fanáticos uivaram pela Grande Sion, mesmo massacrando pessoas que não lhes acatassem roubos.
Fortes da pressão da banca e subordinação de governos, foi-lhes aceitada a exigência, quando, ao arrepio da ONU, por cada palestino que morra, há mais um colono que avança.
Surge, no Afeganistão longínquo, uma educação de gente, em que se igualavam direitos de homens, de mulheres, de todos, fosso qual fosse o seu berço.
Crime, esta governação vermelha, que trava a exploração das riquezas, por nós, civilizados de sempre, eleitos de Deus para mandar.
Flui dinheiro a radicais que, da bestialidade à bruteza, acabam por devorar a mão que antes os acirrara e armara.
Havia nos croatas e sérvios laços de amizade e família, sem que uma religião impedisse toda a convivência entre si.
Decide-se a balcanização da zona, com uma Alemanha em expansão e ajudazinha da América: guerra fratricida, que explode, hoje, num fogo mais lento, porque a ocupação obriga.
Vê-se, nos petróleos do Iraque, saída que o capitalismo anseia, pois lucro faz-se em pobreza e subjugação dos demais.
Tem-se, em pretexto, armas de destruição maciça que, não podendo existir, servem à destruição do país, lançam todo um povo no ódio.
Estes, os estranhíssimos fenómenos de uma loucura tão súbita que nem a inteligência compreende, se atentarmos em analistas e cu-mentidores de ofício deste festival hipócrita ou venalidade a quem lhes puxa os cordéis e alarga um pouco os cordões.
Valha-nos que, no primarismo feroz, pastam, em palração, manadas, dada uma falta de temas, porque nós vivemos no céu, onde não há quaisquer nuvens e o sol aquece os transidos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


Indivíduo, sociedade, planeta, vai tudo.
Nada mais a esperar de gente, se é gente, que vê só o dinheiro como apego aos vidrilhos.
Engravatam-se, mas servis, roncam forte, mas lacaios, tal o cão que, rojando-se aos pés, quer afagos em troca.
Não precisa quem manda de os açular contra alguém, que eles fazem o que podem, mesmo o trabalho mais sujo.
Nenhuma desonra ou desdoiro, que a moral está na gamela.
Trágico é nós, idiotas de sempre, na abjecção de escravo, suportarmos quem rouba, aceitarmos a arrogância.
Dir-se-ia que a canga pesa menos que ser pessoa

terça-feira, 6 de janeiro de 2015


Democracia, a da exploração e do lucro, sorte de videirinho matreiro que, das berças longínquas, vai subir às alturas e regalias de nobre.
Heresia, a fraternidade entre os homens num respeito dos outros e dignificação de nós todos.
Horizonte, só o que conforte em gozo os arrivismos eleitos, provincianos ou não, na condução da manada submissa, agradecida.
Estupidez, a que para Einstein, infinita, de gente abúlica, sem nervo, a vegetar na miséria para que patrões se anediem.
Esperança, a que a natureza impõe à ganância e a tudo, erigindo um dilema de sobrevivência ou morte.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015


Ao tropeçar certo dia numa escavacada figura, um cronista que pensa, raridade em tempos de hoje, escreve que a História, mais tarde, há-de vir a condená-lo.
Como se os estudiosos quisessem examinar uma hemorroida de que em tempos padecemos.
A História é de factos de uma dimensão que valha, jamais de minudências a que um vivente se expõe só porque se obstina em viver.
Mas nem médico é necessário, bastando uma aspirina de tédio.
Aliás, nunca se assustará o tal com um julgamento post mortem, que isso não saberá o que seja.
Cagaço, sentiria e muito, se as leis previssem uma aplicação a quem mente, defrauda ou trai, em nome de uma condução política que, atropelando as pessoas põe este país na desgraça.
A mim, mais estúpido que os demais, não me agrada impunidades e a justiça, em vez das balelas ocas e severidade contra fracos, podia e deveria agir segundo a latitude do crime e a responsabilidade do fautor.

sábado, 3 de janeiro de 2015


Não me motiva alguém escravizar alguém, roubar-lhe a dignidade, para, depois de usado, esquecê-lo nas valetas, à espera que a sarjeta o trague.
Repugna-me a competição da besta, quando tenho percorrido a vida, procurando ser pessoa.
Percebo que a sociedade em agonia ponha na selva o ideal, procurando salvar-se, quando mais nada lhe resta.
Mas, se o destino me fez ver a regressão do momento, não me consente o respeito, a resignação de vencido.
E, onde supuser futuro, estarei, enquanto me acalentar ao sol que, sendo o mesmo, dia a dia se renova a renovar gerações.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015


Projecto muito bem engendrado!
Com o trabalho a custo zero, os direitos esfrangalhados, todos os desfrutadores da riqueza, agora, a demandarem as Ásias, regressariam à base e dar-lhes-iam o mando de governos e gestões, pois o sonho que acalentam é ser um capataz bem pago, ainda que vampirizando os seus.
E as décimas que conseguiram do plano são esperança que o milagre aconteça.
Esquecem, contudo, que há povos que tendo aprendido com a História, em vez de minguarem, crescem, em vez de regredirem, seguem, fartos da predação que os vitima, ciosos de uma autonomia digna.
Também vê a agiotagem futuro na especulação bolsista que, em segundos, lhes multiplica o que investe, por dez, por cem, por mil.
Porquê esperar tantos anos uma produção incerta, com escravos que algumas vezes despertam?
Assim se explica a nulidade de esforços, sejam eles de um Costa ou de um Juncker estejam eles cá dentro, ou lá fora.
Morre-se de podre na Europa, porque o capitalismo soçobra, agoniza, não havendo remédio ou remendo que valham.
Paz à sua alma rapace, se souber perdoar-se dos crimes que cometeu!