Não me estranha nada a formidável queda do desemprego de que
se gabam os arrivistas incompetentes que o pagode pôs no mando, graças ao fino
discernimento expresso de há quarenta anos para cá.
Se o Banco de Portugal desmente, assinalando uma das fintas
dos aldrabões, é que há outra terrível força de bloqueio, nesta entidade
isenta, séria e capacíssima, como se vê, entre mais coisas, na meritória acção
do Espírito Santo.
Mas tão gritante e desfaçada é a aldrabice em marcha que até
comparsas se distanciam, ainda que timidamente.
Na realidade, o desemprego não desce, sobe e bastaria a quem
lida mal com os números, como eu, pensar um pouco:
Muitos de nós, espoliados, depois de anos a correr para a
bicha dos que acreditam ainda haver futuro, assim, deixaram de o fazer, que até
a esperança tem limites.
Também, centenas de milhares com o desemprego e um povo
invertebrado a consentir ser esfolado, decidiram por emigrar, superando recordes
de toda a década de 60, com a agravante dos actuais em fuga terem uma preparação
capaz, mas de que o país prescinde, desdenhando o retorno dos recursos que
investiu.
Certos do alheamento e ignorância em geral, os vígaros do
desgoverno aproveitam dinheiros que a Europa reserva para esta aldrabice em
curso e inventam os estágios em que se paga ao patrão, a troco de que alguém lhe
varrerá a casa por poucos meses, não muitos, e servem às estatísticas imaginar
empregados onde realmente não há.
Quis Bruxelas amparar os aldrabões de serviço e alterou o
processo de calcular percentagens, assentando doravante na população dos
activos que, como se disse, encolhe e encolherá.
Contudo, à engenharia do truque restam os resultados bem
magros de umas tantas contratações, muito proveitosas a quem explora, que, livre
do empregado mais pago e alguns direitos, pode permitir-se um outro, mal pago e
sem direitos.
Eis, em resumo, a razão do colossal sucesso, na boca do amarelinho
Goebbels e quejandos bem cevados, já que os números nos dizem o que queremos
que nos digam.
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