Arreiga-se em mim a convicção de que somos eleitos.
Desconfiei em tempos, erradamente, se diziam que, pese a
roupa rasgada e o traseiro de fora, eu era um pilar da civilização.
Uma hipérbole de saciar qualquer ego, sem dúvida, mas,
quando a esmola é de mais o pobre não acredita. Assim eu.
Com e após o respirar de Abril, fui-me considerando normal,
tão simples como qualquer negro ou amarelo.
Mas, graças às provações de agora, voltei a querer
encontrar-me à parte, ajudado que sou pela eloquência de alguns.
O parlapatão, por exemplo, a apontar-me uma história tão
dilatada e heróica que gregos, romanos, egípcios ou filisteus jamais ombrearão
connosco.
Mais que tudo, porém, a alicerçar-me as ideias, a governação
de eleitos que me foi dada pelos céus.
O capitão tem missão, como um tiranete se preza, o gaguinho
dadivoso, na sua palidez de asceta, desunha-se em sopas dos pobres e mente como
um jesuíta, a bêbeda, apesar dos tombos, mantém-se à tona do gin, perdão, à
tona da água e, para me ater ao que importa, refiro a insossa, que em
ensinamentos da Bíblia, nos vende os caminhos de futuro para jovens: crescei e
multiplicai-vos.
Esqueceu-se dos meios, monetários, decerto muito exigidos
pela prole.
Também não julgo preciso, que deve pressupor-se saber o que
a parábola explicita no meigo Sermão da Montanha : “Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham
nem fiam, contudo vos digo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu
como um deles”.
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