quarta-feira, 29 de abril de 2015

Discurso a esperar:
Se os gregos preferem às muitas dificuldades da dignidade a canga da renúncia e humilhação, nós, Syriza, entre a traição e o valor, negamo-nos à rendição.
Outros, ou os mesmos de sempre, que vendam o país e a Europa ao novo nazismo da ocupação.
Florianis morreu de pé e nós, na honra, negar-nos-emos a viver de joelhos.
Demitimo-nos.

sábado, 25 de abril de 2015

Que há grandes cabeças, há, ah!, ah!, ah!, e não para rir, pois, se invejados somos, alguma causa haverá.
E não se pense em cabeçudos das festas ou festas de cabeçudos estatais.
Detenham-se em alquimias festivas e chove a descoberta de cérebros que Deus misericordioso nos deu.
Três exemplos, para já:
1 – O pastel de nata. Sim, simples, modesto, corrente e, às vezes, fresco, será, doravante, património do mundo e a encher-nos as arcas antes que alguém as esvazie.
2 – O ovo estrelado. De fonte diferente, por certo, que o primeiro é pereira a pereirar no prémio da OCDE.
O segundo é de inventor, criador e taumaturgo, algo mais esquálido, que, da porta traseira por onde entrou, há-de, com asa caída e populismo que baste, ir a primeiro, guia e guru da cabrada nacional.
Assim o espera, o videiro.
3 – A onda da Nazaré, do mesmo, proficidade imparável, até há-de sentar-se entre os grandes, como o seu ego lhe exige.
Nota: Imperdoável não lembrar o jaquinzinho, a alheira, de certo economista de génio, garante de prosperidade só sua.
Dada, porém a magnitude do tema, reservam-se desenvolvimentos futuros de análise mais fina e mais profunda.
Nota à nota: Não se confina a inventiva ao grastroturismo algarvio.
Um párvulo, em comedouro de cria, inocente, deveras, na etimologia do termo, em grande ignorância expansiva e grande atrevimento de puto, dá como novo Smith, o Adam vai para dois séculos (e meio) defunto. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015


Sempre houve, há e haverá oportunistas que traem, fingindo dedicação e honestidade sem mancha, os mesmos a temer Podemos que pensa em cidadãos e não rezes.
Duzentos anos, em política, assume o papel uma gente que, de trambolhão em queda, vai-se acasalando à direita.
Concebido e crismado, nos bons tempos de início, com vigor socialista, em breve, numa Áustria, se posicionou em gestor do capitalismo e da banca, acabando entre nós a privatizar o que pode, com Soares e Guterres, ou Sócrates da Beira Baixa, hoje no Baixo Alentejo.
A finalizar em baixeza, surde por França um Hollande que, em currículo de enganos, de renegado a palhaço, faz-se bufarinheiro de guerras, entregando a quem pague armas, aviões ou bombas e muito aplaudido pelos seus.
O socialismo guinda-se à primazia do tráfego… da morte como se não bastasse a incansável América

 

 

quarta-feira, 15 de abril de 2015


Reconhecer e dizer da relatividade das coisas foi só mérito francês, que nós, os primeiros por cá a encontrar novas gentes e culturas, experiências muito diversas das nossas, nós, acanhados de sempre, preferimos Dons Manuéis, esquecidos do esforço, a esbanjar as riquezas em novo-riquismo balofo e miopia mental que, tacanhez ou má-fé, não superámos ainda hoje.
Vejamos:
Fulano não pagou os impostos.
Crime?
Talvez sim, talvez não.
É gajo umbilicado ao sistema onde as leis o resguardam e carreiristas o protegem com prescrição e argúcias.
Então é crime.
Mas alguém quis furtar-se porque não lhe sobra a fartura ou, espezinhado que é, recusa pagar ou alimentar vadios capazes de o devorar em vida.
Crime não é, mas auto-defesa na esperança de tempos mais justos, mais éticos.
Nunca se peça a uma vítima o que não se pede ao carrasco.

terça-feira, 14 de abril de 2015


Quem não repetir, letra por letra, quanto lhe interesse, entra na lista negra, onde há negros, de facto, mas também amarelos, brancos e cor de burro quando foge.
Que isto de obter o Nobel antes mesmo de se ter coçado, deu-lhe uma argúcia certeira de detectar ideias, dúvidas, intenções, sentimentos, inimigos e acautelar uma América, o mundo, o universo, com guerras de prevenção.
Caso a listagem se esgote e a realidade desminta, é de apelar à aldrabice para exconjurar a Bolívia, Venezuela, Equador, já que por lá há petróleo e lítio e prata que se recusam a Halliburton, Carlyle, Lockeed ou Monsanto.
Atrevimento inaudito este de travar um Gaitas que espalha generosidade a rodos ou não querer-se que o genoma humano seja bom negócio de alguns.
Correndo, pois, a civilização grande perigo, criem-se mais Guantánamos em nome da liberdade, inventem-se Iraques onde se pressinta riqueza, a abocanhar.
Se negócio existe, bastante lucrativo, é exactamente o da exportação da guerra, accionando vadios, condenados e armamento que enferruja.
Com o mundo em chamas, que magníficos thrillers a veicular só ódio!

 

sexta-feira, 10 de abril de 2015


Era uma vez um ratinho, prestável, obediente, que quis apresentar serviço, na ânsia de igualar seus pares.
Pensou, pensou, três anos de um pensar intenso, e, ao fundo de cogitação tão funda, carago (é o eureka de cá), saiu-se com o imposto do saco, que o do saque, já está visto, revisto e revivisto.
Era a lucidez do génio, nascido por Famalicõ, que, além de abocanhar milhões, salvava o país da lixeira, física, que a governativa é mental.
Não foram os astros propícios, impropícios desta vez, travando a clarividência dos cérebros, pois, o bom povo, que azar, deixou-se de adquirir os tais sacos, secando a fonte e o saber.

Agora é aguardar mais três anos, que ele não se renderá à primeira, mesmo por o Nobel do ambiente se encontrar em gestação, ainda.
Que Portugal há-de ser, além do mais competitivo e inveja das nações, o primeiro entre primeiros a defender o planeta.

Tachim, tachim! – toca o hino.

 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Com realpolitik justificou-se em tempos a real canalhice de prometer e não cumprir.
Fizeram-no todos, em especialíssimo relevo, Sócrates e Passos, que a trapaça exponencia-se quando a atonia é geral.
Assim se manteve o animal de carga.
Mas, esquisitice do termo, solicitação da moda ou, sonhemos, indícios de rebeldia, a música teve de acertar pelo rap, sacudida, directa, despojada:
- Não há alternativas.
Os anos, contudo, insensibilizam o ouvido, quando os varais da carroça já dilaceram os costados da besta e, em estradas da Grécia e de Espanha, se pôs, imagine-se, a escoicear.
Apelou-se à condenação, de outro modo:
- Falta-lhes a experiência política.
Náufragos num oceano revolto e a vaga implacável a inundar-lhes os feudos, sobem para ilhota do saber de vígaro, como se o novo não requeresse saber novo que devolva aos demos, enfim, a cracia do mundo.

Como privatizar é negócio

Destaca-se alguém, sem escrúpulos, para a administração da empresa e esse e assessores vão iniciar os buracos dos honorários, achegas, representações e viagens, além de gabinetes mudados e toda a frota trocada por novos modelos mais chiques, topo de gama, está claro.
O estado, logo a seguir, há-de cortar orçamentos para que a gestão dia a dia vá recorrer a empréstimos em que a banca agiota se empanturra de juros.
Visto qualquer empresa ser múltiple na esfera de acção, passa-se a vender sectores que rendam a quem compra, a troco de comissões e luvas.
Amputada de meios e fontes de alimentação, o prejuízo é fatal e a sobrevivência impossível.
Esganiçam-se em coro os promotores da estratégia que, na choradeira do dano, dão-se por apressados na venda, a fim de aliviar encargos, pospõem.
Consumada a entrega, carregue-se na tecla e contas à espera em paraísos fiscais incham na obesidade dos grandes.
A requintar o processo, hão-de aparecer na gestão os que anteriormente carpiram e, hoje, riem dos parvos que somos na aceitação desta farsa, de já  meio século para cá, dito democrático, de liberdade, empreendedorismo e, ultimamente, crise.
Nota: Para informação detalhada em Estaleiros, Correios, TAP, EDP, hospitais e muito mais, muito mais, aconselhe-se em mestres Soares, Cavaco, Guterres e Passos e Sócrates, o novo, que o velho só em manuais.

domingo, 5 de abril de 2015

Dever-se-ia chamar jornalismo de enjoo à modalidade prezada por estas bandas de cá.
Como não se encontra excepção no número dos papagaios, nem nos plumitivos aceites, a soldo de uma situação que fede, é de crer que a escola é ela a espalhar tal vírus, sabido o valor e a pedagogia dos mestres aí actuantes.
Que ensinarão os doutores das artes da desinformação?
Demiurgia, nem mais, à falta de termo capaz.
Porque, do nada, terá de nascer todo um cosmos, criando o vazio espessura.
Exemplo:
Um gato comeu um rato.
Banal, parece?
Não é, se virmos implicações sociais, causas antigas e/ou recentes, várias repercussões faunísticas e o historial do finado.
Querendo-se estimular interesses, procure-se quem viu ou ouviu, peça-se entre vizinhos mais próximos o testemunho de alguém, que sem ter assistido à tragédia, conhece casos idênticos, pois, em vida de qualquer um, a vida reserva surpresas.
Sobrando ao espaço de informe minutos ou linhas a fornir, alargue-se a lição aos carníveros que, desde que o mundo foi mundo, devoram-se sempre uns aos outros, razão de alicerce à razão do neoliberalismo actual, que, como se sabe, é já velho.
Mas, visceralmente enjoante é fazer-se prática da prática, aquando se exigia respeito, seriedade, postura, ao noticiar o final do nosso Manoel de Oliveira.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tempos de prodígio os nossos, em que a gaguez é facúndia.
Demóstenes exercitou-se em anos, este surge-nos da noite para o dia, fenómeno só agora possível, porque, estando o país a afundar-se, vem, com certeza, ao de cima quanta escumalha ocultava o porão do calhambeque.
Mas o rapaz vale o gesto, mesmo com diferença de custo entre mota e carrão, que nós estragamos com mimos qualquer que pareça ter cérebro.
E o poucachinho é gigante quando nos embrulha nos números e faz da mentira verdade.
Não lhe bastando a ajuda da máfia dita europeia que vai ajustando contagens segundo conveniências da época, ele, o sacrista, finge esquecer-se da emigração forçosa, da reactualização de listas dos desistentes sem esperança, de formações ou estágios onde se desemboca no nada, da precariedade de emprego de poucas semanas ou só dias, para concluir, o tipo, que tudo vai bem e é o progresso espantoso.
Pena o INE ser obrigado, por vezes, a produzir estatísticas e o FMI desdizê-lo    com os 20% de desemprego real.
Apesar disso, o rapaz, volta e não volta bota falação aos soluços, esperando que o oiçam, numa submissão que redime.
Até porque há lotaria que sai, parente com posses que nos deixa a fortuna e o maná europeu que o senhor Shäuble dará.
Melhor é retomar o lema dos grandes comentadores políticos: esperemos para ver… navios!