Reconhecer e dizer da
relatividade das coisas foi só mérito francês, que nós,
os primeiros por cá a encontrar novas gentes e culturas, experiências muito
diversas das nossas, nós, acanhados de sempre, preferimos Dons Manuéis,
esquecidos do esforço, a esbanjar as riquezas em novo-riquismo balofo e miopia
mental que, tacanhez ou má-fé, não superámos ainda hoje.
Vejamos:
Fulano não pagou os
impostos.
Crime?
Talvez sim, talvez não.
É gajo umbilicado ao sistema
onde as leis o resguardam e carreiristas o protegem com prescrição e argúcias.
Então é crime.
Mas alguém quis furtar-se
porque não lhe sobra a fartura ou, espezinhado que é, recusa pagar ou alimentar
vadios capazes de o devorar em vida.
Crime não é, mas auto-defesa
na esperança de tempos mais justos, mais éticos.
Nunca se peça a uma vítima o
que não se pede ao carrasco.
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