domingo, 30 de abril de 2017



Não nos perderemos nos números a procurar milésimas
o computador fá-lo-á
abrindo-nos às aventuras do querer
Não nos quebraremos no esforço
da sobrecarga inumana
Ao pulsar de um botão
o mundo erguer-se-á
e nós viajaremos então
ao lado oculto do espaço
iremos fraternizar com os astros
Não nos interessarão as eternidades cansadas
e reinventaremos decerto a fruição de viver
sem acusações de egoísmo miséria injustiça ou dor
derrubados de vez os impedimentos ao sonho

O perigo
é querer-se que eu veja um inimigo em ti
punhal preparado
caninos de predação
goelas a reclamar mais sangue

Firmes serenos
resistiremos
negar-nos-emos
à calúnia orquestrada
Homens somos homens seremos
e sê-lo
é já indício do novo
um novo a madurar ainda
mas não se fará esperar
surto que a razão exige
ímpeto que a vida requer



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